
Rafael RG
- GUARULHOS
- 1986
A obra de Rafael RG parte de uma escuta sensível às tramas da intimidade, do afeto e da memória, operando na intersecção entre a pesquisa documental e as experiências subjetivas. Seus trabalhos — que se desdobram em textos, objetos, publicações, instalações e performances — acionam tanto arquivos pessoais quanto públicos para investigar os vínculos sociais e os atravessamentos políticos do corpo, da sexualidade e da identidade racial. Ao articular vivências pessoais, correspondências íntimas e autoficção com documentos e registros oficiais, o artista constrói narrativas que tensionam os limites entre fato e fabulação, entre memória e invenção, entre presença e apagamento. Suas obras frequentemente partem de episódios e relações reais, aproximando-se da crônica e da poesia como modo de articular a complexidade dos afetos em contextos marcados por desigualdade, opressão e silenciamento. Com uma prática que costura diferentes camadas de tempo, desejo e linguagem — e desenvolvida entre diferentes cidades do Brasil —, o artista investiga como os laços afetivos e os gestos cotidianos — sobretudo entre pessoas racializadas e historicamente marginalizadas — podem operar como instrumentos de resistência, celebração e reinvenção.

Suas mostras individuais incluem: “A cidade onde envelheço” (2018, Galeria Periscópio, Belo Horizonte – Brasil), “Panos de Mesa/Objetos do Paraguay” (2016, Sé Galeria, São Paulo – Brasil), “Política da boa vizinhança” (2015, Proyectos Artbo, Bogotá – Colômbia) e “Ficções do Arquivo” (2014, Aurora, São Paulo – Brasil). E participou de importantes exposições coletivas como: “Imagens que não se conformam” (2023, Memorial Minas Gerais Vale, Belo Horizonte – Brasil), “Corpocontinente” (2023, Galeria Periscópio, Belo Horizonte – Brasil), “Da diversidade vivemos” (2018, Galeria Periscópio, Belo Horizonte – Brasil), “Histórias Afro-atlânticas” (2018, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo – Brasil), “Encruzilhada” (2015, Parque Lage, Rio de Janeiro – Brasil), “A mão em negativa” (2015, Parque Lage, Rio de Janeiro – Brasil) e “Amor e ódio a Lygia Clark” (2013, Zachęta – Narodowa Galeria Sztuki, Varsóvia – Polônia).