
Marcel Diogo
- BELO HORIZONTE
- 1983
Marcel Diogo constrói uma poética figurativa que articula memória e crítica social para explorar as tensões entre presença e apagamento no contexto das violências históricas brasileiras. Em suas pinturas, objetos e instalações, o artista investe na imagem como campo de elaboração simbólica e política — em que se sobrepõem espiritualidade, denúncia e reinvenção. Sua prática pictórica, marcada por atmosferas carregadas, densidade simbólica e composição rigorosa, combina referências vindas da tradição barroca, das vanitas e da retratística histórica com elementos cotidianos e figuras afro-brasileiras. Ao representar corpos em repouso, objetos comuns ou retratos de personalidades negras, Marcel constrói cenas atravessadas pela suspensão ambígua entre silêncio e resistência, finitude e encantamento. Na fricção entre o onírico e o político, seu trabalho reivindica a partilha do olhar como força estruturante da memória e da imaginação coletiva — evocando um “MetaQuilombo” sensível, onde diferentes tradições, narrativas e presenças negras coabitam e se interconectam.

Suas mostras individuais incluem: “Carinhosa-Cafuné MetaQuilombo” (2022, Mitre Galeria, Belo Horizonte – Brasil) e “Sobre a pele do pano” (2023, FAE-UFMG, Belo Horizonte – Brasil). Participou de importantes exposições coletivas como: “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” (2024, CCBB, São Paulo – Brasil), “Quarto Ato - O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista” (Inhotim, Brumadinho – Brasil), “Direito à Forma” (Inhotim, Brumadinho – Brasil), “Dos Brasis” (2023, Sesc Belenzinho, São Paulo – Brasil), “Carolina Maria de Jesus - Um Brasil para os Brasileiros” (IMS, São Paulo – SP), “I Circuito Latino-Americano de Arte Contemporânea” (CCMQ, Porto Alegre – RS), “Imagens que não se Conformam” (IHGB no MMGV, Belo Horizonte – MG) e “FUNK, um grito de ousadia e liberdade” (MAR, Rio de Janeiro – RJ).