
Luana Vitra
- CONTAGEM
- 1995
Luana Vitra nasceu e cresceu no estado de Minas Gerais, numa região conhecida por paisagens monumentais e marcada de modo profundo pelas atividades industriais da mineração. Experimentou desde sempre, portanto, vastos campos visuais e as diversas manifestações possíveis do ferro e da fuligem, incorporando em sua percepção os balanços entre a brutalidade extrativista e o tempo geológico. Gestada entre a marcenaria — pelo lado do pai — e o manejo das palavras — pela parte da mãe —, sua prática parte de processos que estudam a fisicalidade, mas também os contornos sutis da matéria, interessada pelas múltiplas capacidades dos materiais e pela infusão psicoemocional de certas paisagens. Por meio de esculturas, instalações e performances — produzidas com uma ampla gama de elementos e técnicas — a artista cria jogos formais que reconfiguram símbolos universais e objetos corriqueiros para traçar relações entre o tangível e o subjetivo, evocando poesia, metabolizando questões biográficas e suscitando comentários políticos. Em sua abordagem, cada material carrega consigo uma densidade própria, seja ela física, histórica ou espiritual, e são incorporados em sistemas maiores por meios de gestos de construção e desconstrução — como encaixes, soldas, trançados, cortes e rupturas. Entre intuição e rigor, fragilidade e resistência, permanência e dissolução, suas composições oferecem figuras e metáforas, assim como formas abstratas, ativando reflexões e sensações sobre o tempo da terra, a condição humana e os contínuos fluxos de transformação da vida.
![Ferro [2], 2025. Performance.](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fimages.prismic.io%2Fmitrewerbsite%2FaBE3VvIqRLdaBugB_IVER8318.jpg%3Fauto%3Dformat%2Ccompress&w=3840&q=75)
Suas exposições individuais incluem: “Amulets” (2025, SculptureCenter, Nova York – Estados Unidos); “The beads of my rosary are artillery bullets”(2024, Kunstinstituut Melly, Rotterdam – Holanda); “Mineral Rising” (2023, Mendes Wood DM, Nova York – Estados Unidos); “Giro” (2023, Inhotim, Brumadinho – Brasil); “Viver e morrer pela boca” (2023, Galeria Bruno Múrias, Lisboa – Portugal); “Três Guerras no Peito” (2019, Centro Cultural São Paulo - CCSP, São Paulo – Brasil). Suas obras estiveram presentes em exposições coletivas como a Bienal de Sharjah “To Carry” (2025, Sharjah – Emirados Árabes Unidos), Foundation for Contemporary Art - Ghana “Delay and encounter and/or other proximate unknowns” (2023, Accra – Gana), a 35ª Bienal de São Paulo “Coreografias do Impossível” (2023, São Paulo – Brasil), “Direito à forma” (2023, Inhotim, Brumadinho – Brasil), “Dos Brasis” (2023, Sesc Belenzinho, São Paulo – Brasil), Prêmio Pipa 2023 Exposição dos premiados (2023, Paço Imperial, Rio de Janeiro – Brasil), “Histórias Brasileiras” (2022, MASP, São Paulo – Brasil), “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros” (2021, IMS, São Paulo – Brasil), “Corpocontinente” (2021, Mitre Galeria, Belo Horizonte – Brasil) e “Casa Carioca” (2020, Museu de arte do Rio, Rio de Janeiro – Brasil).