
Hariel Revignet
- GOIÂNIA
- 1995
A prática de Hariel Revignet é atravessada por uma investigação “autobiogeográfica” que articula espiritualidade, ancestralidade e crítica social a partir de um campo expandido da pintura e da instalação. Suas obras evocam memórias e símbolos afro-diaspóricos e indígenas por meio de imagens que operam nas fronteiras entre o visível e o invisível, entre a matéria e o sensível, entre o gesto e o encantamento. Em sua produção, o corpo, a natureza, o território e a casa são ativados como espaços vivos de memória, fabulação e pertencimento — onde o cuidado se inscreve como política e o afeto como força ancestral. Formada em Arquitetura e Urbanismo, Hariel propõe o conceito de Axétetura como um deslocamento epistemológico e sensorial que busca nas cosmopercepções afrocentradas e nas encantarias indígenas outras formas de habitar o mundo e de elaborar imagens. Em suas obras, raízes, folhas, sementes e panos dividem espaço com retratos, orikis e símbolos vibracionais, criando constelações imagéticas em que cada elemento possui agência, história e poder. Sua pintura é também ferramenta de reconexão: entre a arte e o rito, o gesto subjetivo e a comunidade, o tempo e a terra. Uma prática que se firma como oferenda, oração e chamado.

Suas mostras individuais incluem Benção, Tché Yazo" (2023, Mitre Galeria, Belo Horizonte – Brasil) e "Akewami, prece da terra" (2021, Mendes Wood DM, São Paulo – Brasil). Seu trabalho participou de exposições e projetos coletivos como "Dona Fulô e Outras Joias Negras" (2025, CCBB, Salvador – Brasil), "Nós, arte e ciência por mulheres" (2023, Paço das Artes, São Paulo – Brasil), "Meu corpo: território de disputa" (2023, Galeria Nara Roesler, São Paulo – Brasil), "Escalas Invertidas" (2022, Miami Hispanic Cultural Art Center, Miami – Estados Unidos), "All Season Sanctuary" (2022, d’Ouwe Kerk pela Galeria Mendes Wood DM, Amsterdã – Holanda), "Dos Brasis: arte e pensamento negro" (2022, SESC, diversas cidades – Brasil), "Um Corpo no Ar Pronto Pra Fazer Barulho" (2018–2019, Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Goiânia – Brasil), "AEAN Arquivo Negro" (2018, Recife – Brasil) e "Artistas Negras: La Herida" (2017, Goiânia – Brasil).