
Gê Viana
- MA
- 1986
O trabalho de Gê Viana emerge das ruas e de espaços de coletividade, entrelaçando arquivos históricos, cultura material, memórias orais e experiências pessoais para compor narrativas visuais insurgentes. Suas colagens — digitais e manuais —, fotomontagens, pinturas, lambe-lambe e intervenções espaciais operam como “ramais de tempo”, como a artista nomeia as conexões que cria com suas raízes ancestrais. Nesse sentido, sua prática é atravessada pela identidade afropindorâmica e pela cultura do Maranhão, e atua em confronto direto com os registros coloniais — que não são apagados, mas apropriados e reimaginados, em um gesto de enfrentamento e subversão. Desse modo, a artista agencia signos para reprogramar o imaginário social brasileiro, agindo em temporalidades espirais, em que passado, presente e futuro se atravessam.
Ao nutrir-se das práticas comunitárias, das liturgias dos terreiros, dos rituais de rua e das invenções da cultura popular, Gê Viana reúne ancestralidade, espiritualidade e crítica histórica, instaurando um campo de batalha imagético, no qual novas energias são impressas sobre as marcas da colonização. Mais do que jogar luz sobre as opressões históricas, seu trabalho propõe a criação de imagens capazes de transformar visões de mundo, celebrando a potência das formas de vida e abrindo caminhos mais prósperos e energizantes.

Suas exposições individuais incluem: “36 Bienal de São Paulo: Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática" (2025, São Paulo, Brasil); Atos de revolta: imaginando outra história" (2022, Palacete Princesa Isabel, Santa Cruz, Brasil); "Retirar o sol das cabeças, uma reza das imagens" (2022, Galeria Superfície, São Paulo, Brasil); "Paridade” (2022, Galeria de Arte do Sesc, São Luís, Brasil). Participou de mostras coletivas e outros projetos, como: “Atos de revolta: outros imaginários sobre independência” (2022, MAM-Rio, Rio de Janeiro, Brasil); “Necrobrasiliana” (2022, Galeria Vicente do Rêgo Monteiro, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil); “Histórias brasileiras” (2022, MASP, São Paulo, Brasil); “Necrobrasiliana” (2022, Museu Paranaense [MUPA], Curitiba, Brasil); “Frestas Trienal de Arte — O Rio é uma serpente” (2021, Sesc Sorocaba, Sorocaba, Brasil); “PhotoIreland Festival” (2020, Rathfarnham Castle, Dublin, Irlanda); “36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão” (2019, MAM-SP, São Paulo, Brasil). Foi vencedora do Prêmio PIPA em 2020.