
Diego Mouro
- SÃO BERNARDO
- 1988
O trabalho de Diego Mouro parte dos rastros da ancestralidade afro-diaspórica para construir uma poética em que gesto, memória e espiritualidade se entrelaçam. Ao transitar entre o muralismo contemporâneo e a pintura de ateliê, sua prática se ancora em elementos do cotidiano popular, saberes tradicionais e práticas ritualísticas, evocando aquilo que resiste à passagem do tempo e permanece inscrito nos corpos, nos afetos e nas celebrações do povo. Sujeitos anônimos, vasos de flores, ícones religiosos, grupos musicais, e elementos da cultura material surgem em composições marcadas por um senso de suspensão: como se habitassem uma dimensão própria, entre a aparição e a dissolução, entre o visível e o intangível. Em suas obras, o gesto pictórico opera como um fio condutor entre o passado e o presente, entre o que foi esquecido e o que insiste em permanecer. Com uma paleta sensível, soluções pictóricas voltadas para a alta densidade, e um vocabulário que atravessa o regionalismo, o sagrado e o popular, Diego Mouro transforma a pintura em território de reconexão e reinvenção — uma forma de afirmar a permanência do invisível, o direito à complexidade subjetiva e o poder dos símbolos em movimento.

Sua exposições individuais incluem: "Povoada" (2023, Museu Afro Brasil Emanuel Araújo, São Paulo – Brasil) e "É também as flores" (2024, Mitre Galeria, Belo Horizonte – Brasil). Mouro participou de exposições coletivas como: "Mães no imaginário da arte" (2023, Museu Afro Brasil, São Paulo – Brasil) e "Back to the City Festival" (2019, Johannesburgo – África do Sul).