
Ayla de Oliveira
- RIO DE JANEIRO
- 1997
A pintura de Ayla de Oliveira emerge de uma experiência espiritual e sensível, profundamente enraizada nas tradições da umbanda. Por meio de composições que evocam um amplo repertório — passando pelas tradições da natureza-morta, do retrato, da paisagem e do ícone —, a artista constrói imagens de forte carga simbólica e energética, em que velas, frutas, flores, bebidas e oferendas se tornam manifestações tangíveis do invisível. Sua prática explora técnicas como encáustica sobre madeira e misturas de cera com óleo, criando superfícies densas e vibrantes, em que planos de cor operam como campos abertos, em constante transformação. A matéria pictórica, muitas vezes trabalhada em passadas imprecisas ou massas indefinidas, reforça a ideia de uma imagem em estado de travessia — entre a intenção e a intuição, entre o material e o espiritual. Ao articular a fé, o culto e o afeto, a artista trabalha com uma poética que se oferece como ícone e talismã. Suas obras propõem um espaço de contemplação e reconexão, reafirmando a arte como campo de expressão da presença, do sagrado e das forças ocultas que moldam o mundo.

Sua exposições individuais incluem: "Sob o raiar da Aurora" (2024, Mitre Galeria, Belo Horizonte – Brasil) e "Encanto" (2023, Bacorejo, Rio de Janeiro – Brasil). Participou das exposições coletivas: "100 Anos da Colônia Juliano Moreira: arquivos, territórios e imaginários" (2025, Museu Bispo do Rosário, Rio de Janeiro – Brasil) e "O Caminho entre o Céu e a Terra" (2024, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro – Brasil).