
Aline Motta
- NITERÓI
- 1974
A prática de Aline Motta busca preencher lacunas deixadas pelo apagamento colonial, partindo de sua própria história familiar para elaborar investigações que conectam corpo, subjetividade, memória e ancestralidade. Por meio de vídeos, fotografias, instalações e performances, a artista ativa arquivos, relatos orais e novas invenções como meios de acessar camadas ocultas do passado e propor outras possibilidades de existência no presente. Ao recusar a linearidade do tempo, sua obra reconfigura as relações afro-atlânticas a partir de um ponto de vista íntimo e especulativo, produzindo imagens como portais entre diferentes dimensões espaço-temporais. Em narrativas que oscilam entre o real e o imaginado, Motta constrói novas gramáticas de pertencimento e identificação. Desse modo, abre espaço para a reinvenção da lembrança e a manifestação de futuros em que as inscrições vitais possam se dar de modo mais livre e autônomo, potencializando os sujeitos e suas agências.

Sua exposições individuais incluem: "Brésil et Afrique, une histoire partagée" (2024, Fondation Dapper, Île de Gorée – Senegal), "Sala de vídeo: Aline Motta" (2022, MASP, São Paulo – Brasil), "Screen Series" (2021, New Museum, Nova York – Estados Unidos) e "Aline Motta: memória, viagem e água" (2020–2021, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro – Brasil). Motta participou de exposições e projetos coletivos como a Trienal de Stellenbosch (2025, Stellenbosch – África do Sul), Trondheim International Biennale (2025, Trondheim – Noruega), Bienal de Sharjah (2023, Emirados Árabes Unidos) e Bienal de São Paulo (2023, São Paulo – Brasil). Além disso, exibiu suas obras no MoMA (Nova York – Estados Unidos), no Centre Pompidou-Metz (Metz – França), no MALBA (Buenos Aires – Argentina), no Centro Cultural Kirchner (Buenos Aires – Argentina) e no festival Rencontres de la Photographie (Arles – França). Seu livro "A água é uma máquina do tempo" foi finalista do Prêmio Jabuti 2023.