
Alice Ricci
- SÃO PAULO
- 1985
A prática de Alice Ricci se baseia na observação de espaços — físicos e digitais — para explorar os efeitos visuais e temporais do deslocamento. A artista constrói composições que se desdobram em pinturas, desenhos, instalações e projetos site-specific, elaborando arranjos formais que experimentam nossa relação com o espaço e o tempo. Em suas pinturas, planos de cor são equalizados por transições tonais sutis e sobrepostos por estruturas gráficas que aludem a uma arquitetura em movimento. Sem perspectivas lineares ou pontos fixos de estabilidade, essas camadas criam situações suspensas, em que elementos geométricos, detalhes gráficos e campos cromáticos convocam novos modos de percorrer uma paisagem. Combinando tons próximos ao branco com cores fluorescentes ou saturadas, a artista relaciona zonas de silêncio e de vibração, em uma espécie de contínuo estado de flutuação. Nas instalações e intervenções espaciais, Ricci aborda a arquitetura como uma grande superfície pictórica, sobre a qual aplica tintas em tons cintilantes e materiais refletivos que reorganizam visualmente o ambiente. Assim, sua obra reconfigura a percepção e ativa diálogos entre corpo, cor, superfície e lugar — instaurando uma experiência sensível de pausa, deslocamento e reinvenção das faculdades do olhar.

Sua exposições individuais incluem: "Equalizar os planos para visualizar o invisível" (2025, Galeria CRUDO Arte Contemporáneo, Buenos Aires – Argentina); "Wall-to-flow" (2025, Galeria Metrópole, São Paulo – Brasil); e "Alice Ricci" (2011, MAG – Museu de Arte de Goiânia, Goiânia – Brasil). Participou de exposições e projetos coletivos no Bass Museum (Miami – Estados Unidos), no Museu de Arte de Brasília (Brasília – Brasil), no Contemporary Arts Center (Cincinnati – EUA), no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba – Brasil) e no Modern Art Center Kulanshi (Astana – Cazaquistão).